Câmbio automático: Como funciona e quais são as vantagens
Entenda o funcionamento do câmbio automático e aprenda a usá-lo corretamente. Confira também os principais tipos e dicas de manutenção
Que o brasileiro adora uma nova tecnologia, todo mundo sabe. No mundo dos carros, a paixão por carros de câmbio automático cresceu vertiginosamente nos últimos anos, sendo um item bastante procurado por quem deseja comprar um carro novo.
Mas quais são as vantagens e como funciona o câmbio automático na prática? É mais seguro que o manual? Como é a manutenção?
Descubra essas e outras informações a seguir!
Como funciona o câmbio automático?
O funcionamento do câmbio automático é tão simples que é quase bom demais para ser verdade.
Ao contrário do manual, onde o condutor troca manualmente as marchas conforme a aceleração e necessidade de mais potência na condução, o automático executa essa tarefa sozinho, sem que o motorista precise tomar essa decisão.
De forma autônoma e fluída, o câmbio automático é sistematizado e controlado por uma ECU (unidade de controle eletrônico), um monitor constante de velocidade e demanda do veículo, que gere aceleração, posição do acelerador e outros aspectos relacionados ao seu desempenho.
Com base nessa análise, o ECU determina a melhor marcha para determinada ação de forma automática e inteligente e faz o trabalho por você com a ativação do conversor de torque.
Na prática, significa que o condutor apenas precisa acelerar e frear o veículo conforme a necessidade, suavizando a condução e proporcionando muito mais conforto do que a dirigibilidade com câmbio manual.
Quais são as funções do câmbio automático?
Se você de repente se deparou com as pequenas letrinhas do câmbio automático e não sabe o que fazer ou para que serve cada uma das funções, ajudamos você nessa.
Função D
A função D é a mais usada, pois significa “drive”, ou seja, dirigir, e é a posição em que a alavanca fica enquanto o carro está em movimento.
Para dar a partida no carro, você põe o pé no freio para evitar acidentes, dá a partida na ignição, ajusta a alavanca na posição D e troca o pé do freio para o acelerador. Simples assim.
A partir da velocidade que o carro assume, a ECU e o câmbio automático entram em ação para determinar a marcha ideal para o melhor desempenho do carro.
Função P
A função P também é bastante acionada, porque refere-se a “park”, ou estacionar. Quando o veículo é parado para estacionamento, a alavanca vai para a posição P e é puxado o freio de mão.
A posição P da alavanca executa o travamento do câmbio, impedindo qualquer movimento do carro antes mesmo do freio de mão ser acionado.
Função R
O R significa “reverse”, mas poderia significar, caso fosse o nosso português, simplesmente ré. Essa é a função que você engata quando precisa dar ré no automóvel por qualquer razão.
Função L
Nem todos os modelos possuem essa função, mas caso ela apareça no seu sistema, significa “low”, ou baixo, e refere-se a uma transmissão com marcha de baixa velocidade.
Em situações em que seja necessário priorizar a força, usa-se essa posição no câmbio.
Função S
Alguns câmbios automáticos, ainda, possuem outra função específica, que é a posição S, referência a “sport”.
A função S torna a condução mais próxima à forma esportiva de direção, esticando a rotação do motor em cada marcha antes de mudar para a marcha seguinte.
Essa função torna a dirigibilidade diferenciada e está presente em modelos mais modernos e potentes.
Função N
A função N ou “neutral” refere-se ao ponto “morto”, onde o câmbio fica “desengatado”. É usado em paradas rápidas de semáforo, por exemplo.
Quais são os tipos de transmissões automáticas?
Existem quatro tipos de transmissões automáticas:
Conversor de torque
O conversor de torque é o tipo de câmbio automático mais tradicional. Ele utiliza um fluido para transmitir a potência do motor às rodas, proporcionando trocas de marcha suaves e confortáveis.
Seu funcionamento se dá por um conjunto de pás imersas em óleo que transmitem a força do motor para a caixa de câmbio. A quantidade de torque transmitida varia de acordo com a rotação do motor e a carga do veículo.
Câmbios automatizados
Os câmbios automatizados são uma evolução dos câmbios manuais, onde a troca de marchas é feita por atuadores elétricos ou hidráulicos.
A lógica de funcionamento é similar ao manual, mas a troca das marchas é automatizada.
Câmbios automatizados de dupla embreagem
Os câmbios automatizados de dupla embreagem oferecem o melhor dos dois mundos: a eficiência de um manual e o conforto de um automático.
Esse modelo possui duas embreagens, uma para as marchas pares e outra para as ímpares. Isso permite que a próxima marcha já esteja engatada enquanto a atual ainda está em uso, proporcionando trocas de marcha extremamente rápidas e suaves.
Continuamente variável/CVT
Os câmbios CVT oferecem infinitas relações de transmissão, permitindo que o motor sempre opere na rotação ideal.
Utilizam duas polias cônicas conectadas por uma correia metálica. A variação do diâmetro das polias altera a relação de transmissão.
Como usar o câmbio automático corretamente?
Para garantir um bom desempenho e uma vida útil prolongada do seu câmbio automático, é importante seguir algumas práticas e evitar certos comportamentos que podem prejudicar o sistema.
Evite mudanças bruscas de direção: quando estiver com o veículo em movimento, evite ao máximo. Essas oscilações poderão sobrecarregar o sistema de transmissão e causar danos às engrenagens internas;
Não desengate a marcha "drive" (D) com o carro em movimento: isso pode causar danos às embreagens e engrenagens do câmbio. Se precisar parar temporariamente, use a posição "neutro" (N) com o freio acionado;
Não utilize a posição "neutro" (N) em descidas íngremes: em uma situação com essas características, não coloque o câmbio para economizar combustível ou frear o veículo. Essa prática pode prejudicar o sistema de freios, pois o motor não ajudará na desaceleração;
Evite manter o pé no acelerador durante paradas prolongadas: ao aguardar em um semáforo ou em engarrafamentos, evite manter o pé no acelerador com o câmbio em "drive". Isso pode causar um desgaste desnecessário. Basta manter o pé no freio e o câmbio na posição "drive";
Não force a marcha "park" (P) em terrenos inclinados: isso pode causar danos ao mecanismo de travamento e dificultar a retirada desta posição. Utilize o freio de estacionamento para garantir a segurança do veículo.
Quais são os cuidados essenciais com o câmbio automático?
Seguindo alguns cuidados essenciais com o câmbio automático, você prolonga a vida útil e evita manutenção desnecessária no seu automóvel.
Colocar a alavanca de marchas na opção adequada
Usa sempre as posições corretas para cada função de condução, respeitando seu uso e não forçando desnecessariamente o sistema de transmissão automático.
Seguindo as recomendações do fabricante sobre o uso das posições de alavanca, você evita transtornos causados por desgaste ao seu sistema.
Realizar revisões periódicas
As revisões periódicas são fundamentais para garantir o bom funcionamento do câmbio automático.
O ideal é consultar o manual do veículo para verificar as recomendações do fabricante em relação aos intervalos de revisão.
Durante essas revisões, é realizada a troca do fluido de transmissão e a verificação de componentes essenciais, como filtros e juntas.
Verificar e manter o nível correto do fluido de transmissão
O fluido de transmissão desempenha um papel crucial no funcionamento adequado do câmbio automático.
Verifique regularmente o nível do fluido e certifique-se de que está dentro das especificações recomendadas pelo fabricante. Se necessário, faça a reposição ou troca do fluido conforme as orientações do manual do veículo.
Como funciona a revisão do câmbio automático e quando fazer?
A revisão periódica do câmbio automático é uma etapa essencial para manter o sistema em perfeitas condições de funcionamento.
Por meio da revisão, é possível identificar possíveis problemas, prevenir danos maiores e prolongar a vida útil do câmbio.
Mas como funciona essa revisão e quando ela deve ser feita?
A frequência recomendada para a revisão do câmbio automático pode variar de acordo com o fabricante e o modelo do veículo.
Em geral, é indicado que a revisão seja realizada a cada ciclo entre 40.000 e 60.000 quilômetros percorridos.
No entanto, é fundamental consultar o manual do proprietário para obter as recomendações específicas do seu veículo.
Durante a revisão, um profissional qualificado fará várias verificações e procedimentos, incluindo:
Troca do fluido de transmissão: o fluido tem um papel muito importante no funcionamento adequado do câmbio automático. Durante a revisão, o fluido antigo será drenado e substituído por um novo;
Verificação das condições do fluido: além da troca, o profissional verificará possíveis sinais de contaminação, desgaste excessivo ou outros problemas que afetem o desempenho do câmbio;
Inspeção das juntas e vedações: será realizada uma inspeção minuciosa das juntas e vedações para garantir que não haja vazamentos de fluido;
Verificação das engrenagens e componentes internos: garantirá que estejam em bom estado de funcionamento e não apresentem desgaste excessivo.
Ao realizar a revisão do câmbio automático de acordo com as recomendações do fabricante, você garantirá que seu veículo esteja em condições ideais de operação e minimizando o risco de problemas futuros.
Além disso, a revisão também pode ajudar a identificar precocemente possíveis anomalias, permitindo que sejam corrigidas antes que se tornem problemas graves.
Agora que você já sabe tudo sobre câmbios automáticos, prefere a modernidade ou os mais tradicionais e manuais? Conta pra gente!