Andar com pneu careca é um perigo! Mais que um alerta, essa informação precisa basear várias decisões dos condutores para garantir a própria segurança, a de terceiros, a integridade do veículo e das estruturas que cercam as vias.

Se não bastam os possíveis custos com perdas financeiras e multas, os danos decorrentes de acidentes devem servir para alarmar quem é responsável pelo carro, tendo a obrigação de rodar dentro das normas para proteger a todos.

Pensando em ajudar nisso, contaremos quais são e como evitar esses riscos, como identificar o problema e muito mais, neste conteúdo. Confira!

Veja como identificar um pneu careca

Andar com pneu careca é resultado do desgaste causado pelo atrito entre a superfície emborrachada e a pista. Esse processo ocorre ao longo do tempo. Desse modo, a melhor medida para saber quando se chegou a esse ponto é o indicado na Resolução 913 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN).

Isso significa que, se as ranhuras e sulcos na superfície do pneu tiverem uma profundidade inferior a 1,6 milímetros, a banda de rodagem atingiu o seu limite e é hora de fazer a troca.

Tal estado pode ser percebido visualmente nos filetes, denominados Tread Wear Indicator (Indicadores de Desgaste de Rodagem), cuja sigla TWI aparece no pneu. Assim, basta conferir se o nível da borracha está próximo a esse marcador. 

O ideal é verificar esse aspecto com frequência. Porém, volante vibrando, sensação de o carro estar puxando, demora para parar ao frear e outras instabilidades são sinais de alerta para proceder uma vistoria.

Conheça os perigos de andar com pneu careca

Quando o carro chega ao ponto de andar com pneu careca, significa que ele já representa diversos perigos para a segurança de pedestres, outros condutores, passageiros e motoristas, podendo causar sérios danos.

Afinal, as ranhuras na borracha não são só um indicador para acompanhar o desgaste desse item do veículo. Pelo contrário, esse monitoramento é necessário porque os sulcos servem para melhorar a fricção com a estrada, ampliando a capacidade de frear e de se manter estável.

Diante disso, conforme esses elementos são reduzidos pelo atrito, maiores são os riscos de:

• aquaplanar, devido à perda de contato com a via, dada a presença de uma camada de água, uma vez que não há fissuras para o escoamento;
• acidentes relacionados à dificuldade de executar manobras rapidamente, baixa aderência com a pista e elevado tempo de frenagem;
• derrapagens ou capotamentos causados pela ausência de tração e estabilidade para fazer curvas fechadas ou outros movimentos bruscos;
• atolamento em estradas não pavimentadas que estão em condições escorregadias associadas à falta de fricção da superfície emborrachada.

Fique alerta, andar com pneu careca é infração grave 

Se todos esses riscos não são suficientes para demonstrar o quão sério é andar com pneu careca, saiba que a lei brasileira trata o assunto com rigor, impondo sanções que visam evitar esse problema e punir quem não segue as medidas de segurança.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) coloca o descrito nos incisos 7º e 18º do artigo 230 entre as infrações graves, passíveis de multa e retenção. Nesse ponto, o texto veda trafegar em carros mal conservados que impliquem risco, assim como transitar sem itens obrigatórios ou com eles em mau estado.

Isso é complementado pelo artigo 4º da resolução 913 do CONTRAN, já citada, que proíbe a circulação de veículos com a banda de rodagem desgastada, conforme limites apresentados. E fique atento, uma vez que essa medida também inclui o estepe.

Diante dessa base legal, é importante ressaltar que o valor a ser pago como penalidade está em R$ 195,23 no ano de 2024, além de 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Ainda, caso ocorram acidentes ou danos a pessoas e estruturas, o quadro tende a se agravar.

Descubra o que fazer para evitar esse problema

Agora que você já sabe por que não deve andar com pneu careca, que tal descobrir quais medidas ajudam a evitar isso? Veja!

Vistorias e manutenções periódicas

Para começar, é preciso vistoriar o indicador de desgaste (TWI) com frequência, para identificar a velocidade com que isso ocorre e o momento de realizar a troca. Como visto, ele está presente nos filetes da borracha, servindo de marcador visual.

Além disso, o carro como um todo deve estar com manutenção em dia para não sobrecarregar esse sistema e apressar o processo que leva a andar com pneu careca. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) indica a importância disso, dando enfoque aos componentes que atuam em contato direto com os pneus e as rodas.

Produtos de qualidade e adequados

No momento da troca, a adequação e a qualidade do pneu comprado também são fundamentais para reduzir riscos. Entre os pontos a serem considerados na hora de escolher, estão:

• profundidade e padrão das ranhuras;
• carga máxima e velocidade que suporta;
• procedência do produto;
• clima e solo da região.

Procedimentos para manter o carro em equilíbrio

Ações como realizar a calibragem, o alinhamento e o balanceamento conforme a indicação do fabricante, não transportar peso excessivo ou promover o rodízio dos pneus, também minimizam as chances de que um deles se desgaste mais rapidamente que outros ou que surjam quadros que piorem essa situação.

Nesse caso, as chances de rompimento em trânsito ou mediante a necessidade de uma manobra abrupta, ficam menores. Ou seja, manter o veículo como um todo em equilíbrio é uma postura preventiva que impacta a diminuição de alguns riscos elevados.

Eliminação de medidas que prejudicam o carro

A qualidade do pneu e, por consequência, a velocidade de desgaste ainda são impactadas por situações externas que prejudicam os componentes. Uma delas é o contato da borracha com elementos químicos nocivos, a exemplo de solventes e derivados de petróleo.

O estilo de direção também afeta essa questão. Nesse caso, o motorista precisa evitar excessos, procurando acelerar, frear ou realizar curvas de maneira suave, para não comprometer a suspensão ou outros sistemas ligados às rodas.

Andar com pneu careca é mais que só uma ideia ruim. Afinal, os perigos envolvidos para o motorista, os passageiros, outros condutores e os pedestres são elevados. Até quando um acidente não ocorre, as sanções administrativas são altas. Por outro lado, é possível reduzir o desgaste da borracha e rodar tranquilo com alguns cuidados. Ou seja, não vale o risco.

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